domingo, 3 de abril de 2011

A USP deveria ser paga

Desenvolvo essa ideia pelo seguinte fato: as pessoas que estudam lá tem mais que condições de desembolsar uma grana e poderiam auxiliar na promoção de um ensino melhor para todos.

Em nosso país ocorre um efeito muito incoerente com relação a transição do ensino fundamental/médio para o superior. Pessoas que estudaram sua vida inteira em escolas públicas (que oferecem péssimas condições de ensino) migram para as universidades privadas (que também não possuem as melhores condições de ensino). E alunos que passaram sua vida escolar inicial em escolas particulares (com boas estruturas e condições aceitáveis de ensino) vão para as universidades públicas que são as melhores do país.

Saiu a notícia essa semana de que alunos das escolas públicas terão uma facilidade maior para entrar na USP, um bônus de 15% na primeira fase. Essas ações são válidas, mas não resolverão os problemas como um todo.

Para resolver essa questão tenho duas ideias bem polêmicas, mas que talvez fossem eficazes:

Primeira: Taxar a USP.

Partindo do principio da igualdade (e não precisa ser um socialista para ver que existe um problema em nossa educação). Defendo a criação de uma taxa proporcional aos alunos que tenham condições de pagar a universidade. Isso se dá de maneira bem simples com comprovação de renda, como se faz no ProUni. Essa taxa serviria, conforme o tempo, para a administração do próprio curso que o aluno estuda. Com esses recursos as coordenações poderiam ter alguma autonomia em sua ações e utilizar os investimentos onde mais lhe interessasse, para a melhoria e atualização dos cursos, além de possíveis aumentos na produção de pesquisa científica independente, financiada pela própria universidade.

Segunda: Criação de uma universidade voltada para alunos do ensino público

Com a economia gerada por essas mensalidades (óbvio que precisará de mais dinheiro, a USP dificilmente se sustentará com mensalidades de 2 mil reais) deveria se criar uma universidade pública apenas para alunos provindos das escolas públicas. A seleção faria com que os melhores alunos cursassem a universidade garantindo inicialmente, com uma boa administração é claro, um nível médio de ensino. E dando uma formação um pouco mais elevada do que várias instituições de ensino que encontramos hoje. Algumas chamadas universidades cobram 300 por mês e enfiam 150 alunos numa mesma sala pra terem saírem de lá com um diploma a não uma formação.

Se me perguntarem se essas são as melhores opções para resolver os problemas da educação, com certeza responderei que não. Mas vejo como um inicio. A injustiça que atinge nossa sociedade deve começar a ser resolvida de alguma maneira.

Com uma formação mais elevada e profissões melhores, os futuros profissionais (vindos das escolas públicas) poderão dar uma educação melhor para seus filhos fazendo com que possam concorrer uma vaga na USP ou outa universidade tradicional, fazendo com que cada vez mais pessoas sejam inclusas no esquema da universidade pública para alunos do ensino fundamental/médio público e outras que não teriam possibilidades de entrar em nenhuma dessas, ao menos possa almejar uma vaga no ensino superior.

É um processo de longo prazo, mas algo que poderia aliviar muitas gerações no futuro se fosse feito agora.

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